A Federação Nacional da Educação (FNE) pediu hoje ao Governo a implementação de medidas nas escolas que diminuam o risco de contágio durante a pandemia de covid-19, sugerindo como hipótese que os alunos do secundário pudessem passar a ensino misto.
“Apresentámos um conjunto de soluções pensadas no sentido de criar condições que diminuam o risco. É preciso adotar novas medidas tais como aumentar o distanciamento social, reduzir número de alunos por turma e até, eventualmente, determinar que os alunos do secundário passem a ter aulas num regime híbrido, ou seja, que uma parte das aulas seja presencial e outra à distância”, disse à Lusa o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, no final de uma reunião com o Ministério da Educação.
A FNE foi uma das organizações sindicais que hoje esteve reunida com a secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, para um balanço do primeiro período de atual ano letivo.
O encontro marcou também o retomar de reuniões entre sindicatos e a tutela, já que a última ocorreu há quase um ano, a 22 de janeiro.
Sobre o primeiro período de aulas, sindicatos e tutela têm uma visão diferente, com os primeiros a apontar várias falhas e o Governo a sublinhar que as escolas se mantiveram abertas, contaram à Lusa vários sindicalistas.
“Houve uma instabilidade que sabíamos que iria existir numa pandemia”, referiu João Dias da Silva, sublinhando que “o direito a ter aulas não foi cumprido em muitos casos” e houve um “aprofundamento de desigualdades” que é preciso corrigir.
Olhando para a frente, o secretário-geral da FNE afirmou que a situação pandémica está a agravar-se, com o aumento de novos casos diários: na quarta-feira ultrapassou os 10 mil e hoje passou os nove mil.
Por isso, disse, é preciso “adequar o funcionamento do ano letivo às condições essenciais para preservar a saúde e segurança sanitária de todos os que estão na escola: professores, alunos e trabalhadores não docentes”.
Defensor do ensino presencial, João Dias da Silva admite que a opção do ensino misto para os alunos mais velhos poderia ajudar a reduzir os contágios.
Dias da Silva acrescentou a sobrecarga de trabalho dos professores, que em alguns casos “duplicou, triplicou e até quadruplicou”, porque tinham que dar apoio aos alunos presentes na sala de aula e aos que ficam em casa.
João Dias da Silva adiantou à Lusa que na próxima semana irá enviar um pedido de reunião para que a federação possa debater a alteração do diploma dos concursos de professores.
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